segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Se eu antes soubesse
quão rápido seriam nossos dias
 teria
sorvido mais seus sorrisos
apreciado o silêncio
de um fim de tarde contigo
e
te perguntado um pouco mais de ti...

assim
eu saberia
como fora antes de mim
tua vida
quantos dias teus
foram despedida
e
quantas lágrimas construíram
teu humor ácido
e sorriso sarcástico
que sempre me encantou...

Se eu antes  soubesse
que nosso encontro seria tão breve
teria guardado uma mecha do teu cabelo
como um relicário
e
teria registrado todos os nossos momentos
teria feito muitos álbuns
dos preciosos presentes
que juntos vivemos

ah

Se eu antes soubesse 
que nenhuma prece do mundo
abrandaria minha desmedida saudade

talvez,
tivesse dado a você
 um pouco mais de mim

e sim,

eu teria ouvido
tua voz
cantarolar livremente
e
assim,
cada trecho e/ou melodia
me traria
pequenos
pedaços vivos de ti...


é...

Se eu antes soubesse
que a vida é um sopro
de uma pequena vela
que rapidamente
transforma-se em cera derretida

teria eu
sabido antes
quão rápido seria tua partida
e

na despedida

teria te agradecido

pela imensa  honra de
ter vivido um
um breve
– porém raro –
Segundo da eternidade ao teu lado...

 e,
também
teria eu te pedido
que não te demorasses
muito a
voltar para mim...

quem sabe assim,
eu te visse

em cada flor colorida
em cada trecho de terra batida

e
em cada lago cristalino

ou até
no mais singelo olha do menino

que um dia
sorriu para mim...





sexta-feira, 29 de julho de 2016


... e com teu meigo olhar...
– meio embaçado pelas lentes de vidro –
reaprendi o significado de “entregar”
de simplesmente sentir – sem nada mais a dizer...

e... tão de repente é você
quem norteia meus pensamentos

nem percebi o instante
em que tua voz tomou forma de alegria

...foi assim...

era um fim de tarde – que num segundo virou madrugada
e em meio aos curiosos olhares e
tímidas risadas
nasceram sonhos... e espontâneas confidências

 logo...
percebi que em tua essência
há muito de mim...

te asseguro
não te fazer mal algum
– ao menos não propositadamente –

mas,
 se acaso
por descuido ou desalinho
nossos caminhos deixarem
de se entrelaçar

eu te prometo tentar
com toda delicadeza
que ora habita em mim
reescrever a estrada
e
redefinir meu coração

apenas,

dê-me a mão
e ajuda-me a relembrar...

que
no teu abraço
  aprendi que não há espaço
para as dores que
que me foram companheiras habituais

conheci afeição que não machuca
não delata
e ainda que intenso

traz paz!

domingo, 22 de maio de 2016

...é preciso organizar os afazeres...
... aquele recurso que às vezes me tirou o sono...
o artigo que precisa ser revisado – palmas para ela... vai ser publicado! ...

... é...

mas minha alma que padece de ser adulta
revolta-se inclusive com a norma culta

preferindo tão somente...calar...

e no silêncio de um dia tranquilo
regado de cores vivas e sonhos desfeitos

novamente meu peito doeu...

ando com saudades de menina que me
sorri no fotografia

ela,
generosamente me ensinou
que o importante é ser feliz!!!!

 Resultado de imagem para menina correndo com borboletas

E felicidade Excelência...
Peço venia para lhe dizer
em nada assemelha-se com o status
ou a “coisa” que alguém pode “ter”

não...
felicidade é simples como margarida
na beira da estrada
como a luz divina que habita nos olhos
de cada um

felicidade é quase um estado de embriaguez

ou como um louco que
não teme ser acometido pelo estado “normal”

pois,
sabe que tudo é belo também é efêmero
e não pode viver na prisão...

sabe
que a origem da palavra coragem é coração...

só para quem compreende que não pode contentar-se
com a  clausura

como a borboleta
por cuja vida tão breve eu já chorei
sem entender
que em sua rápida !? existência
há mais coerência
que no centenário homem usual

ela,
que nasceu para primavera
distribui o pólen
e semeia a cada instante
uma nova flor...

Resultado de imagem para borboleta polen vintage 

cumprindo placidamente sua missão
não se descura de aproveitar o instante

um por do sol
ou
a majestosa tempestade

ela sabe
que o agora daqui há um minuto é passado
e
assim tem cuidado
com o que lhe faz companhia

sabe
que cada instante de um dia

é uma vida inteira que não volta mais...

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Fala-me de você
me conta das vezes em que você quis chorar
para que eu saiba o que é capaz de te entristecer
me conta de um grande amor
alguém que por um tempo foi o seu centro
e acabou


alguém que te fez sofrer ao partir
e que agora é uma lembrança velada


me conta em que instante tua estrada te trouxe até mim
quando foi que você percebeu
que ao olhar nos olhos meus
algo assim aconteceria
me conta a hora o dia
não me deixe sem saber


me apaixone
me fale mais de você
dos dias que demoraram a passar
dos sonhos que deixou de acalentar
mas que ainda te compõem


me fala porque esse é seu nome
me conta de um tempo sem preocupação
das vezes em que seu coração se perdeu...


seja humano assim...como eu
me mostre que não estás sempre certo
eu tenho medo de genialidades
deixa eu te ver mais de perto
sem microfones ou teorias


mas fala manso
fala bem devagar
eu tenho receio de te ouvir falar
e entender que és só uma fantasia
fuga de um tempo
que ainda é todo o teor dos meus dias
ensina-me a esquecer


eu que sofro de memória perene


seja assim um bálsamo
que apaga lembranças
e tal como criança
apenas
abraça-me até que eu consiga dormir...
...dias desses eu cai...
e mesmo quase sem demonstrar
ainda hoje senti dor

ainda agora
tento encontrar um meio de
levantar

e começar a trilhar
um caminho diverso
daquele por onde ando
divagando

é...

dias desses eu cai
e na queda
por descuido ou
ironia

perdi também a alegria
e
até ando duvidando que ela habitou em mim

sim,

dia desses eu cai
e até então
nem havia percebido
quanta dor haveria eu
sentido

naquela queda que ainda não superei

dia desses eu cai 
sim
mas não chorei

Resultado de imagem para menina caindo
e agora as lágrimas insistem em ficar
aqui comigo relembrando
que dia desses eu cai
e nem sabia
quanta tristeza existia
em cair
e tentar disfarçar

...

É...
Dia desses eu cai
e agora
tentando reerguer
sinto um latente gemido
destilando em meus ouvidos
daquele grito

que eu calei...
...ei...
não rias de mim,
nem procures meu amor em
meio aos meus lamentos

eu aprendi que o tempo
abranda e refaz os pedaços quebrados

mas,
tomes cuidado
enquanto eu me reinvento,
eu também reescrevo
os sonhos da minha vida

enquanto eu
silenciosamente choro sem te dizer
tento encontrar uma forma qualquer
de esquecer
e
acabar de vez com essa tormenta
desvairada

é...

novamente eu e as madrugadas
rediscutindo e avaliando
 os planos da minha vida

não

não compreendo esse querer
tão complicado
 
 vá...

enquanto eu aqui reaprendo a escrever
e
recomeço a desenhar

sim, moço
eu tenho um mundo particular
e nele
sou toda exposta
tiro a beca e deixo que
a tristeza se exponha

vá...

enquanto eu
fecho pouco a pouco
qualquer porta que me levasse até ti...

e fico aqui
rabiscando meus versos
o rímel borrado
de tanto tentar entender

porque...

domingo, 13 de dezembro de 2015

...eu não vim para estar contigo...
meu corpo é abrigo
é palco de amor

eu me alimento de poesia
e no meu quintal
há um beija-flor....

sou feita de nuvem
e sustento
as estações
bem definidas
nunca vivi
um verão
antes que a primavera
 nascesse em meu coração...
e ainda é outono...em mim...

eu não vim para estar contigo
sou alicerce de uma casa
mal construída
mas,
não me interprete mal

lá há amor
há vida...

eu vim para fortalecer
as estruturas
vim lapidar os tesouros
que lá habitam...

vim para amarrar laços
e desprender nós...
meu caminho é a sós...

não eu não vim para estar contigo
não tenho sangue de paixões desenfreadas

sou porcelana
pintada à mão...

tenho no coração
um armário
onde guardo um sonho
e
um relicário

um diário velho
que me descreve
e me
ensina quem sou...

não
eu não vim para estar contigo
então não me perguntes
porque de repente
ficastes em mim
assim
preso em meus pensamentos

tal qual
maresia
que colhe da terra
velhas quinquilharias e
as retira de seu contexto...

não...
não me descreva em um texto

pois sou efêmera e plural

sou bicho do mato
sou rosa e sou cacto
e

não vim para estar contigo

sou maré mansa...lago perdido
no deserto

...nem sei ao certo

...o por quê...?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015



...então é dezembro outra vez...
e eu que não vi o ano inteiro
fico aqui a perguntar...
onde foi parar o último janeiro....

...e todas as promessas ...sonhos e devaneios
...eu não sei...

Confesso que os meses voaram e eu não vivi as estações
...não senti o frio cortante do inverno ... diluído pelo aconchego de um abraço querido...

Esse ano eu não vi as folhas caírem no outono...e...
as árvores orgulhosamente mostrarem seus portes despidos...
ou as folhas coloridas enfeitando as ruas ....

....

Eu não vi a primavera chegar
E com ela o primeiro Ipê novamente vestir-se de flor....

...

Não...esse ano quase nada mudou...

externamente...o ano passou
num piscar...tão de repente
como uma ventania

mas dentro de mim...
algo enfim aconteceu
um velho e triste sentimento morreu
desgastado de tanto sentir...

a ele eu dei tudo o que tinha
toda a doçura e a paciência
que não me compõem

e aos poucos fui me despedindo ...
dizendo adeus
mas, quase ninguém percebeu

olhares descrentes questionam como
num segundo
algo infinito perdeu-se em meio
às confusas estações do ano que finda...

...como se fora janeiro ainda
E meu coração não tivesse vivido
Cada instante perdido
Desse ano que não passou...

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Para João




…o tempo é vário, João…
uma nota de melodia

num dia qualquer...
uma conta de um escapulário
um rosário
uma prece
...cenário de fé...



não te preocupes com o amanhã
cada amanhecer traz um verbo
singular
um entremeio entre o agora
e o que já não pode ficar...

mas,
não te desesperes João
nem tudo tem explicação racional
às vezes,
a única solução
é deixar o coração escolher

não te permitas entristecer
com a pouca certeza do mundo
pois
a cada segundo
uma nova oração
reescreve os caminhos
de nossas vidas...

não há partida!
apenas...um “até mais”...

terça-feira, 5 de agosto de 2014

ela ainda tinha algo a dizer
mas
a peça acabou
sem um final definido

ela então
olhou para todos os lados
tentando uma maneira
alternativa de interpretar
essa ausência
que se tornou um fenecer
de sua alma

ela
sempre tao ansiosa
e cheia de argumentos
somente calou-se
e
assim passou o momento...
 
ela queria ter dito
que o amor
e um pedaço
de nós
descrito em um outro
pulsar

ela queria falar
e
contar que apesar de
quase nada saber

ela sabia quem era
e
independentemente
da primavera...

ela sabia florir
mesmo quando
precisasse partir
ainda que quisesse
ficar...


(desconheço o autor da imagem)